I do not doubt that the world is in chaos since it is The World. In fact, it came out from chaos. We are trying to give an order to things and things are continuously running out of that virtual order. Our western dream-made-into-reality, our paradise, when placed right on earth is order consumed by chaos. That’s why we are in the state of emergency.
I don’t believe in the existence of the third world. This is just a virtual term separating us from the “less clean”, “less rich”, “less organized” societies. In fact, there is just one world, because an action in one part of the world can influence another action in its geographical opposite. Most of the products we buy are not made in our country, many of them not even in our continent.
We don’t know almost anything about that “third world” but we keep on affecting it.Because of the instability in those regions, secularisation and hatred in the society (a particular result of “our” acts in those countries); because of the spread of the western way of living and because this way of living changed their ecosystem, those people try to enter our “paradise” and to find their place, their job here.As many of the people die in those countries because of wars, political persecution, hunger, many other get ill or even die, on their way to the Promised Land that can be also Portugal.
In this exhibition, there are portraits and pieces about sons and daughters of immigrants who came to Europe, and are now living in London: Peckham and Dulwich close to my home in the last year. Other part of the work refers to their place of origin – Africa. This continent that evokes to us maybe only poverty, exotic tourism and social chaos, is also homeland of most beautiful and sincere music, people with wisdom and deep relation to the land and traditions. It is also a continent of many tribes with different customs and religions. There is not one Africa, there are many.Until now, I had some few chances to approach to immigrants.A lot of the visual art work I’ve realized came from photographs made by someone else. It is significant for my work to use photographs as a reference, mine or others’, amateur photographs and press.For the viewer it means to receive the work not in first hand, or second but in the third one. I hope it will bring to you the will to make your own approach to the theme, as I am now also trying to…
The work in this exhibition can be read as small separated stories or as pieces of one mosaic one puzzle, one story: The man, walking to the top of Kilimanjaro with the bucket of water can be the same one, that is now staring at the shop window in the street of Peckham and his son could be the one, who is on the way to school listening his iPod. The young man selling the stars to you might be one from the group, sailing to the paradise on wooden boat. Might be and might be not.
PT: Não tenho dúvidas de que o mundo está em caos, desde que é O Mundo. De facto, saiu do caos. Estamos a tentar dar uma ordem às coisas e as coisas estão continuamente fugir dessa ordem virtual. O nosso sonho-tornado-realidade ocidental, o nosso paraíso, quando colocado correctamente na Terra é a ordem consumida pelo caos. É por isso que nós estamos em estado de emergência.Eu não acredito na existência do terceiro mundo. Este é apenas um termo virtual que nos separa das sociedades "menos limpas", "menos ricas", "menos organizadas". De facto, existe apenas um mundo, porque uma acção numa parte do mundo pode influenciar outra acção no seu oposto geográfico. A maioria dos produtos que compramos não é feita no nosso país, muitos deles nem mesmo no nosso continente.
PT: Não tenho dúvidas de que o mundo está em caos, desde que é O Mundo. De facto, saiu do caos. Estamos a tentar dar uma ordem às coisas e as coisas estão continuamente fugir dessa ordem virtual. O nosso sonho-tornado-realidade ocidental, o nosso paraíso, quando colocado correctamente na Terra é a ordem consumida pelo caos. É por isso que nós estamos em estado de emergência.Eu não acredito na existência do terceiro mundo. Este é apenas um termo virtual que nos separa das sociedades "menos limpas", "menos ricas", "menos organizadas". De facto, existe apenas um mundo, porque uma acção numa parte do mundo pode influenciar outra acção no seu oposto geográfico. A maioria dos produtos que compramos não é feita no nosso país, muitos deles nem mesmo no nosso continente.
Nós não sabemos quase nada sobre esse "terceiro mundo", mas continuamos a afectá-lo. Por causa da instabilidade nestas regiões, da secularização e do ódio na sociedade (um resultado particular dos "nossos" actos nesses países); por causa da propagação do modo de vida ocidental e porque esta forma de viver mudou o seu ecossistema, essas pessoas tentam entrar no nosso "paraíso" e aqui encontrar o seu lugar, o seu trabalho. Assim como muitas pessoas morrem nesses países por causa de guerras,
perseguições políticas, da fome, muitas outras ficam doentes ou até morrem, no seu caminho para a Terra Prometida que pode ser também Portugal.Nesta exposição, há retratos e peças sobre filhos e filhas de imigrantes que vieram para a Europa, e vivem agora em Londres: Peckham e Dulwich, próximos da minha casa no ano passado. Outra parte do trabalho refere-se ao seu lugar de origem - África. Este continente que para nós evoca, talvez apenas pobreza, o turismo exótico e caos social, é também terra natal da música mais bonita e sincera, de pessoas com sabedoria e uma profunda relação com a terra e as tradições. É também um continente de muitas tribos com costumes e religiões diferentes. Não existe uma África, existem muitas.
Até agora, eu tive algumas poucas hipóteses de aproximação aos imigrantes. Muito do meu trabalho de artes visuais foi realizado a partir de fotografias feitas por outras pessoas. É significativo para o meu trabalho usar a fotografia como referência, minha ou dos outros, fotografias amadoras e de imprensa. Para o espectador significa receber o trabalho não em primeira mão, nem segunda mas em terceira. Espero que vos traga a vontade para fazer a vossa própria abordagem ao tema, como eu estou também a tentar agora...
O trabalho nesta exposição pode ser lido como pequenas histórias separadas ou como peças de um puzzle um mosaico, uma história: O homem, caminhando para o topo do Kilimanjaro com o balde de água pode ser o mesmo, que agora está a olhar para a vitrina na rua de Peckham e o seu filho poderia ser aquele, a caminho da escola a ouvir o seu iPod. O jovem vendedor de estrelas para vocês pode ser um do grupo, a velejar para o paraíso no barco de madeira. Pode ser e pode ser que não.
The immigrant boat, 200 x 150 cm, oil and acrylics on canvas, 2008
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